O aluno construindo o saber: 11. O Planejamento da aulas

terça-feira, junho 20, 2006

11. O Planejamento da aulas

Durante as aulas de Prática de Ensino: Estágio Ensino Fundamental I, somos orientadas pela professora e Coordenadora, Lígia Beatriz Goulart, sobre o que fazer e como fazer nossa aula. Nossas dúvidas e incertezas neste momento são discutidas, o planejamento é realizado, nos dando segurança para orientarmos nossos alunos em seus projetos. O atendimento individualizado ao grupo faz parte da metodologia de trabalho.

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Como alunas do Curso de Geografia da Faculdade Cenecista de Ciências e Letras de Osório (FACOS), lançamos mão deste instrumento para registrar nossas vivências como estagiárias deste 5.º semestre, ao desenvolvermos Projetos de Pesquisa com alunos da 6.ª série da Escola Municipal Luiz Francisco Panni, na disciplina de Geografia.

Um projeto audacioso organizado pela professora e Coordenadora (do Curso de Geografia e do Estágio), Ligia Beatriz Goulart, tendo como embasamento as teorias de Edgar Morin, Celestin Freinet, Fernando Hernàndez, entre outros.

PEDAGOGIA DE PROJETOS

Trabalhar com Pedagogia de Projetos implica em se ter uma nova concepção sobre o aprender: olhar para o aprender e o ensinar a partir de um novo paradigma. Isso é, pensar Educação vinculada às necessidades do cotidiano e o Currículo a um enfoque globalizador.

Nessa perspectiva, todos os envolvidos estão mobilizados pois, estão descobrindo "coisas" do seu interese.

A mobilização passa a adquirir um caráter fundamental nesse tipo de proposta. A mobilização aparece no entusiasmo, na curiosidade, no comportamento e na responsabilidade em relação ao trabalho desenvolvido. Essa situação possibilita o desenvolvimento da proposta com muito envolvimento, pois estar mobilizado é estar interessado e, quem se interessa empenha-se na descoberta e na solução dos desafios impostos pelo trabalho (pesquisa/investigação).

Trabalhar com interesses das criança, privilegiando aquilo que elas se mostram curiosas dá sentido ao estudar. A escola passa a resgatar sua principal função: ser o lugar da aprendizagem.

Assim interessadas, as crianças buscam novas informações, conhecimentos e aprendizagens. As possibilidades de aprender se ampliam criando condições ao desenvolvimento de conceitos e habilidades ainda mais complexos, tendo em vista as situações desafiadoras vivenciadas. Nesse percurso descobrem e reinventam conceitos.

Prof.ª Lígia Beatriz Goulart

Orientadora do Estágio

Coordenadora e Professora do Curso de Geografia da FACOS de Osório

Prof.ª Ligia Beatriz Goulart

Coordenadora do Curso de Geografia

Orientadora da Prática de Ensino

Estagiária Luciani Mariza Gomes

entre o alunos da 6.º série

Estagiária Vanessa Nozari e aluna Gabriela

Estagiária Vera Maria Bach e alunos

Evanir Bertoli Gonçalves

Diretora

Escola Municipal de Ensino Fundamental

Luiz Francisco Panni

Prof.ª Alaídes Oliveira Lima

Titular da Discilpina de Geografia

6.ª série

Prof.ª Nalta Maria Pires Borges

Coordenadora Pedagógica

E.M. Luiz Francisco Panni

Coletando informações

Construindo a maquete do Sistema Solar

O processo de construção do Relatório

REFLEXÕES FINAIS

Ao realizar o Estágio através da Pedagogia de Projetos tive momentos de angústia, reflexão, dúvidas e uma busca incansável por materiais que pudessem auxiliar os alunos.

Mas, durante a investigação, os alunos demonstraram uma aceitação e disposição para buscarem as respostas para seus questionamentos. Todo este envolvimento foi possível constatar no momento da socialização.

Durante todo o Estágio vivemos momentos muito especiais, tais como quando através da nova proposta, os alunos tímidos criaram coragem para trabalhar em grupo, conversando, trocando idéias e auxiliando os demais colegas.

Ao término do Estágio concluí que este tem como objetivo proporcionar momentos de questionamentos, troca de relações entre diversas personalidades e, principalmente, a construção de conhecimentos, tanto do professor como do aluno. Este período foi extremamente importante para mim e serviu para mostrar que ensinar é muito mais do que transmitir informações: é isto sim, proporcionar condições, indicar direções mas jamais caminhar pelo aluno. É ele próprio que deve construir o seu saber.

Luciani Mariza Gomes

Nos Cursos de Licenciatura a realização de Estágios é a etapa mais difícil a ser realizada. Em nosso curso, este primeiro Estágio passou a ser o grande desafio. Desafio por estarmos na metade do curso, portanto com muito a aprender ainda e pela proposta inovadora lançada por nossa Coordenadora: realizar o Estágio em grupos de três, trabalhando com Pedagogia de Projetos. Tão inovadora que assustou inclusive a organização de escolas "tradicionais", não permitindo a realização do Estágio nestes moldes. Entretanto, existem aqueles que acreditam na necessidade de mudar e colocam o aluno como prioridade.

Encontramos na Escola Municipal de Ensino Fundamental Luiz Francisco Panni, nas pessoas da Direção, Coordenação e, em especial, na Titular da Turma a confiança necessária que nos impulsionou a realizarmos nosso Estágio exatamente como proposto pela Coordenadora.

Para mim, em particular, apesar de já ter experiência no Magistério - sou professora estadual de séries iniciais, senti-me como se fosse a primeira vez que entrava em sala de aula. A razão deste fato foi pela proposta que tem como ponto central o aluno como construtor do seu saber.

Deixar de lado "vícios" que se incorporam na prática do magistério é difícil. Desenvolver um trabalho onde o interesse do aluno é o que os mobiliza para tal construção a princípio nos deixa angustiados, exige muita leitura e um fechar de olhos para os "modelos" que se acumularam em muitos anos de prática, deixando de lado a preocupação cega com os conteúdos programáticos.

Mas é compensador. Acompanhar cada descoberta, participar com as crianças desta construção, sendo parceiros é gratificante. Mobilizados, os alunos trabalham com prazer, investigando o que lhes interessa, construindo seu conhecimento e crescendo com autonomia. Foi isso que vivenciei. Observar os alunos construindo as maquetes sobre os assuntos que lhes interessava e ver com que prazer o faziam e, como sabiam o que faziam, foi a melhor resposta que poderíamos ter recebido. Foi uma valiosa experiência.

Vera Maria Bach

A nossa vida é cheia de desafios. E este estágio para nós foi, ao meu ver, mais um deles. Quando a professora nos apresentou esta proposta diferenciada de estágio realizada em trios, confesso que fiquei desconfiada se ia dar certo ou não. Pensei como seria realizado, como seria a recepção na escola, como seria a reação dos alunos. Surgiram muitas dúvidas. Mas com o passar do tempo, a medida em que fomos conhecendo a turma, e principalmente aprendendo a trabalhar juntas, acho que começou, a partir daí, o estágio. Ora, como eu ia ficar tranqüila, sabendo que nossas aulas iam ser tão diferentes como esta? Que nossos alunos iriam trabalhar em grupos, a partir de seus próprios interesses? Pois que eu me lembre, e minha memória é boa, nunca em minha vida escolar até aqui realizei este tipo de projeto em sala de aula. Nunca nos foi dada tamanha oportunidade de desvendar nossas curiosidades desta maneira. E o ponto mais forte, foi na minha opinião, a satisfação em ver os alunos olhando para a gente como orientadoras daquele trabalho, e não alguém que está impondo o que tem de ser trabalhado e como deve ser feito. As aulas eram diferentes e participativas, onde todos procuram dar o máximo para sanar dúvidas e que o trabalho fosse o melhor. Esse estágio foi minha primeira experiência em sala de aula como profª de Geografia, e posso afirmar com certeza que foi muito mais do que eu esperava, que foi maravilhoso ver aos poucos que aquelas angústias e dúvidas do início foram acabando com a mesma rapidez com que surgiram. Espero que os outros sejam cada vez melhores e que eu consiga tornar essas experiências em ensinamentos para a minha carreira como professora.

Vanessa Arce Nozari

Alguns dos momentos significativos do Estágio, registrados nas fotos.

Os alunos em atividade